Scrap Pelo Brasil!


quarta-feira, 27 de março de 2013

Adeus, Glenda Maria.

Hoje é dia de despedida.
Minha pequena Glenda foi embora. Desde ontem à noite já comecei a chorar, assistia final de Big Brother chorando e demorei a dormir sofrendo. Minha pequena tinha bronquite crônica desde final de 2010. Toda hora tentávamos medicações diferentes, nebulizações, homeopatia até, mas nada deu jeito. A idade foi chegando, ela foi perdendo a visão e  me doía ver aquela  pequena cheia de vida começando a esbarrar nas coisas pelas casas. Ficou com um coração tão grande que desviou a traquéia, mas os cardiologistas disseram que não era nada grave. Bom, no dia 22 de novembro do ano passado a levei para tomar todas as vacinas e pegar oi atestado para viajarmos para Arraial do Cabo e percebi um  "osso" maior do que o da outra costela. O vet Fernando cutucou, cutucou e chegou à conclusão que era o último ossinho da costela flutuante. Viajamos e comecei a notar um aumento do lado esquerdo dela e supersonicamente virou um  tumor gigante. E eu me perguntava, lógico, por que com ela que sempre foi tão saudável a vida inteirinha? E por que eu passar por isso, não que eu seja mais especial do que qualquer outra pessoa, pelo contrário, justamente por ser eu a mais fraca das criaturas. Eu perco o chão e não sei o que fazer quando as pessoas estão doentes ao meu redor. Eu, quando ia ao veterinário e chegava um bichinho passando mal chorava e chorava e chorava na sala de espera e quando entrava no consultório era consolada pelos veterinários por conta dos bichinhos dos outros... como eu poderia ter suportado assistir minha pequena definhando? Eu não sei! Perguntei muitas vezes à Deus, a São Francisco de Assis... ela tinha 14 anos, estava na hora, embora pudesse sim ser um pouco mais tarde, porém os cãezinhos dos meus vizinhos, dos meus tios nunca morreram assim com tanto sofrimento, morriam à noite de uma hora para outra do coração. Eu sei que não haveria jeito fácil, mas vi minha pequena definhar e ficar até com os ossinhos da face para fora como se fosse um animalzinho maltratado. Ela não chorava, o vet mesmo disse que ela não estava sentindo dor então que não mexesse pois pelo histórico de doenças atuais e idade seria um estresse desnecessário para ela, ainda mais tamanha a rapidez daquela coisa ter crescido. EnTão não tive escolha, mas não sei se por egoísmo acabei fazendo ela passar por dor. Esta semana já estava picando comida e enfiando pela boca, dando água na boca de colherzão... mas ontem senti que a coisa não ia mais a frente, entreguei à Deus, Maria, Sâo FRancisco de Assis e chorei muito. Fui trabalhar muito, muito, muito mal. As colegas começaram a perguntar o que eu tinha eu querendo evitar o choro para conseguir dar aula pedi que não forçassem, que eu não queria falar e elas brincando insistindo, acabei surtando e aos prantos gritando com elas "A Glenda, está morrendo, caralho!" Sim, foi constrangedor, sim atingi todo meu limite de fraqueza humana bem ali e sei que as coisas ficarão abaladas por um tempo, porque foi bem chato.
Na sala de aula ainda chorei mais duas vezes na frente das crianças.
Eles hoje ficaram quietos e solidários.
Cheguei em casa e ela não estava na sala. Minha mãe olhava para ela no chão da cozinha deitada tremendo e babando. Peguei, botei uma roupinha e levei pro Vet decidida a pôr fim no sofrimento dela, coisa que sempre fui radicalmente contra, até por isso nunca nem cogitei fazer Medicina Veterinária, mas precisava engolir meu egoísmo, porque isso se tornara um egoísmo de minha parte. Desci chorando, ela deu dois gritinhos, fui acalmando, passávamos pela rua todo mundo olhando com dó para nós duas, perguntando, excclamando... foi quando senti ela mais molinha no meu colo, olhei e ela estava partindo. Nem deu para chegar ao vet. Alunos da minha escola passando no transporte me viram e ela no meu colo e começaram a gritar "Ai, o que é isso? O que é isso?" e eu comecei a chorar muito copiosamente, pessoas chamando, carros buzinando, provavelmente querendo ajudar vendo a cena. A vet passou de carro e me viu indo em direção a clínica e ligou para o marido que lá estava para avisar. Quando cheguei desabei estendendo minha pequena toda molinha na mesa. Ele me consolou e até ele que é o mais frio dos dois se mostrou abalado, sou cliente muita antiga cheia de histórias com elas. Me abraçou, me beijou a cabeça e me despedi dela, largando ela na mesinha para ser congelada e depois cremada. Fim.
Fim?
Voltei para casa com as pessoas que me viram pela rua perguntando se ela havia morrido. Eu segurando a roupinha enrolada nas mãos e enxugando minhas lágrimas com ela. Em casa, minha mãe me deu calmante e acabou o scrap do feriadão. Tomei banho, deitei sem almoçar, chorei muito e cansada dormi. Aqui estou na cama ainda, chorando ainda. Dói muito. Passou a hora do remédio, já ia me levantando para dar o remédio e a comida na boca quando me dei conta. Parece que ela está ali na sala, só que não. POr quantos dias vai ser assim?
Não posso dizer que minha vida acabou porque sei que não é assim. As duas me deram dias para me recuperar morrendo em véspera de feriado...quer dizer, Deus me deu esta pausa, ou seria impossível. POrém estou sempre aparecebdo sorrindo, rindo, brincando muito, mas a verdade é um imenso vazio em minha vida. Eu não me casei, eu não tive filho, eu não tenho nenhum amigo de verdade.Tudo que me resta é minha mãe, alguns poucos parentes mais distantes, outros se aproximando mais, mas nenhum amigo de verdade. Tenho apenas colegas e conhecidos que tem certo carinho por mim, mas não fazem parte da minha vida, do meu dia a dia. Minhas pequenas eram minhas grandes companheiras, amigas, filhinhas. Preenchiam muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuitos buracos, muuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuitas lacunas e eis me aqui agora com mais buracos, mais lacunas, mais vazio do que antes.
A dor maior de hoje é ficar pensando que nunca vou vê=la, abraçá-la, tê-la nos braços. Brincar com ela, fotografá-la ou fazer meus desabafos. Ela está lá no vet, seu corpinho sem vida e eu aqui  com uma vida a frente cheia de interrogações.
Oh, Glenda, te amo muito! Você roubou meu coração! Antes  era a GRace e você mais grudada com minha mãe, mas depois você foi se chegando e me roubou totalmente. Eu queria ter tido mais dias para te curtir minha pequenina, mas eu fico aliviada por sua dor, sua luta ter tido fim. Acima de tudo rogo à DEus que vocês me recebam no Céu um dia, se um dia me for merecido isso junto com meu pai, meus avós e meu padrinho. Sempre digo e continuo a dizer que um Paraiso sem bichinhos para mim serpa apenas mais um limbo.
Eu preciso acreditar que você foi com Deus e estará logo com sua irmãzinha, mas agora sem atacá-la  mais.
Eu te amo muito e sempre.


















22 comentários:

Marília Lopes disse...

Aline querida, sinta-se abraçada neste momento!!!
To chorando litros aqui...acho que nunca mais vou conseguir receber uma notícia dessa sem chorar.
Tenho certeza que sua Glenda foi muito amada!!!!
Beijinho

Aline Salmon disse...

Ai...Line... Muito triste aqui, amiga... Tive a honra de comhecer esses dois anjinhos iluminados da sua vida... Tão lindas... Rezo para que Deus te dê força para continuar, amiga... Forças para continuar vivendo sem esse amor incondicional, que só os animais são capazes de sentir. E as duas morreram ali nos seus braços , no melhor lugar que elas poderiam estar... Sei que pra vc foi horrivel, mas para elas foi o melhor naquele momento... Força e fé amiga... E sim, acredito que no paraíso tenham muitos animais e flores... Vcs vão se encontrar sim...
Um beijo enorme. Se precisar estou por aqui perto, pode falar!

ALE DOSSENA disse...

Ô Line! Muito triste aqui com a despedida da Glendinha. Tive a honra de estar pertinho dela por algumas horas e sei da energia maravilhosa que ela passava, mesmo já velhinha, quase cega e tão debilitada.
Mas lembre que ela te cuidava como a própria vida, e onde estiver agora vai continuar te cuidando. E não vai gostar de vê-la sofrendo. Chore, lembre, chore de novo, sinta, e aja força, e assim vamos em frente, cada um com seus perrengues. Mas se cuida aí! Fica com Deus! Um beijo.

ARTES ANDRÉA PRADO disse...

Ô Lineeee... tô aqui chorando tbém. Sei bem como está se sentindo... essas criaturinhas tomam o nosso coração por completo.Relutei muito, antes de querer outro bichinho de estimação, pois não lido nada bem com esse momento e perdi vários, qdo era mais nova. Mas acabei não resistindo e fiquei muito feliz com o Dudu, minha calozinha, que meu filho trouxe pra casa e depois dele(que já morreu), decidi ter novamente um cachorro, meu amado Dustin...Nada do que falarmos vai te consolar, mas com certeza elas vão te receber um dia, com o mesmo amor!! Sinta-se abraçada, muita força e fé!!Fica com Deus. Bjss <3

Unknown disse...

Ohhh Aline já senti essa dor, sei bem como é vai passar mais nunca esquecerá pode acreditar minha linda... Mais uma que está sem contar as lágrimas, estou arrasada e muito, mais muito emocionada mesmo, não sei porque mais me tocou demais... Fica com Deus.. e infelizmente minha flor nada é pra sempre, e seu sofrimento não será diferente. Beijos e tenta dormir um pouco. S2

Dani Cristina disse...

Ohh meu Deus,...é difícil dizer algo concreto que faça sentido agora.Nada que eu diga irá diminuir sua dor Aline.
as você sabe.eu compartilho do amor pelos bichinhos principalmente por cachorros,sei o quanto eles podem ser amigos de (VERDADE) no lugar dos amigos.
Chorar agora vai te fazer bem :)
Lembre dos momentos bons que passou com ela.
Abraço forte.

Elisabeth Sarkis disse...

Ohhh querida, sinto muitoooooooo, até horei com seu post, eu entendo vc perfeitamente, sei o que sente, eles são parte da familia,os meus tbm são meus filhos, conheço cada olhar, cada lambida,e sei o que eles querem quando vem me chamar, é asim, uma verdadeira sintonia, mas não se abale desta forma, vc é mais forte do que imagina, isso só vai fazer vc amadurecer mais, a vida é assim para todos nós, as vzs estamos felizes, as tristes,ganhamos, perdemos e temos que aprender a conviver com isso, o tempo vai ajudar, a dor vai passar e dias melhores virão, quando vc estiver preparada talvez se anime a ter outro filho de pelo,fica bem e vc sabe que é muito querida por todos, queremos ver este sorriso maravilhoso estampado em seu rosto,bjs e fique em paz!

Sônia Pb disse...

Conheço essa dor..... e dói demais mesmo..... Adotei minha Mel uma semana depois da morte da minha Lady, porque a dor de todos nós aqui em casa foi demais..... 4 anos depois, ainda choro quando penso nela. Mas a Mel preenche parte do vazio e nós a amamos muito.
Espero que vc se sinta melhor logo...
bjs
Sônia

ANNA TORCHIA disse...

Nossa Aline.....chorei lendo o seu post e olha q nem animal de estimação eu tenho...mas me emocionou demais....fique bem querida...e eu tenho certeza que o lugar lá em cima é cheio de animais, flores e alegria....bjssss

Clarice Malcorra disse...

Amiga, conforme te disse no e-mail, não tenho palavras nesta hora!
Não sei exatamente o que sente, pois não tive esta experiencia na pele, mas imagino o tamanho do vazio neste coração, a saudade e tudo mais....
Sei que para aqueles que tem seus filhos de quatro patas, infelizmente não vamos poder pular esta etapa da vida....
Te desejo Força, Serenidade.... vamos rezar e pedir para São Chiquinho hehe recebe-la de braços abertos!

Ficamos com estas lindas fotos na mente e no coração....
E não é que a ultima foto parece uma despedida....
Lindo registro!
Que suas meninas acalmem seu coração, mesmo distantes....

Beijos....

Luciana disse...

Sinto muito, muito, muito Aline.
Choro com você, pois sei que realmente dói, parece que perdemos um pedaço do coração. Força, amiga. Logo as lembranças mais lindas e divertidas serão mais fortes que a do sofrimento, torço por isso, viu? Melhoras. Beijos

Pi : ) disse...

Olá Aline, infelizmente é assim a vida. Separarmo-nos de quem muito gostamos dói muito, mas o tempo a ajudará...um beijão do tamanho do Mundo

Lolô Artesanato disse...

Ai querida, nem sei o que dizer pra vc! sei que a dor é demais, senti isso qdo perdi meus gatinhos, chorei dias, fiquei triste por bastante tempo e hj olho aqui pra July e fico pensando que irei passar por isso tb, sei que Deus os colocou ao nosso lado para nos ensinar o que é amar e tb nos ensinar o que significa partir, pq nada e nem ninguém dura para sempre e precisamos aceitar a dor da perda! não é fácil, mas fazer o quê?
Espero que Deus, pq só Ele nessas horas, pode te dar o consolo e conforto necessário, pq a dor vai demorar um pouco pra passar e dp fica a saudade
Enfim...sei que nessas hrs tendemos a nos afastar das pessoas e nos isolarmos em nossa dor, tente não fazer isso amiga, extravase seus sentimentos, chore e compartilhe, tenho certeza que terá muitos ombros pra chorar (eu estou aqui, mesmo que virtualmente, viu?)
No mais, vou rezar por vc, para que fique bem na medida do possível
bjkasss mil
Leila

MIRELA Scrap Life disse...

Aline não consigo nem imaginar o tamanho do seu sofrimento pois só quem ama de verdade um bichinho desses sabe oque é o verdadeiro amor ..... fica com Deus

juscrap disse...

Oi querida! Já chorei lendo seu post, eu tenho um labrador de 11 anos e qualquer coisa que ele tenha já me vejo em prantos. Então nem consigo imaginar sua dor. Sinta-se abraçada por mim agora. Beijos

Bárbara Caitete disse...

Ai, Aline, chorei tanto aqui lendo seu post, que nem consegui terminar! A minha Jade tb tem 14 anos, e está cega e surda, eu sei que esse momento está chegando, mas não consigo aceitar, por isso posso imaginar o que vc está passando. Seja forte, lembre dos momentos maravilhosos que vcs passaram juntas e chore o q vc tem pra chorar! Nada que digam vai diminuir a sua dor, só o tempo pra aliviar e transformar numa lembrança saudosa!
Fique bem!
Bjs!

Elaine Marrero disse...

Oi Line
Sinto muito...
Você duas cumpriram uma missão muito linda uma com a outra e ela parte cheia do seu amor.
Beijo

Irineia Kirach disse...

OI Aline...Duvido que alguém leia este post sem chora. Uma linda história, uma lição de vida. Meus sentimentos, desejo que vc tenha forças para superar este momento doloroso. Sei bem o que um animal de estimação causa na gente, pois tenho aqui o meu Gordon...que é meu companheirão...Só resta dizer "forças". Bjos

Denise Price disse...

Oh, Aline, I'm so sorry to read about the loss of your dog. Pets are real family members, and it's so hard when they die. I'm sending you hugs and prayers.

Clarice Cavalli dos Santos disse...

Tbm não consegui segurar o choro. Tenho um cocker que é tão amado quanto a sua cachorrinha foi. Me dói pensar que um dia será a minha vez de ficar em luto. Esses seres tão amados vão, e levam um pedacinho da gente.
Que Deus te dê forças para retomar. Dizem que são eles que escolhem seus donos, então quem sabe algum outro anjinho te escolha para continuar a caminhada ao seu lado.
Forte abraço.

Erika Valéria Galindo disse...

Aline,
já li em algum lugar que os cães tem uma vida mais curta porque eles não tem tanto a aprender como nós, humanos. Isso me consolou uma vez... Sei que a dor é imensa, mas ela vai diminuindo. Já a saudade é pra sempre, vc bem sabe.
Chore,chore,chore. Pela ausência,pois afinal você foi uma grande MÃE até o último instante. Mas não deixe que a tristeza te enfraqueça.
Queria enviar um livro para vc. Me manda teu endereço (erika.vgb@gmail.com)
Fica com Deus,querida.
Um grande abraço.

Naiara disse...

Amiga, sinto muito!
Fiquei triste com a noticia, mas o que posso dizer é que foi melhor pra ela viu?
Fica em paz, com papai do céu no coração, que Ele te conforta.
Tenha um final de semana tranquilo e fique com Deus!
Bjs

Presente da Lu Oliveira!

Presente da Lu Oliveira!